sábado, 2 de janeiro de 2010

O LIVRO DE MÁGOAS DA FLORBELA ESPANCA

A primeira vez que me deparei com a poesia de Florbela Espanca foi num disco do compositor e inventor Raimundo Fagner: um soneto chamado "Fanatismo", magistralmente musicado e interpretado por ele. Depois outro soneto: "Impossível", num disco de Ana Belen, composição e participação especialíssima dele, Fagner. Aí, fui atrás dos livros da singular poeta portuguesa Flor d'Alma da Conceição Espanca e, literalmente, tomei uma "surra" de sua poesia densa e melancólica, mas bela e prazeirosa de se ler, reler, ouvir e jamais esquecer.

Eu só sei ler o Livro de Mágoas
Da Florbela Espanca.
Corro os meus dias atrás de outros...
Sempre os mesmos! E cismo
Ser autor de sonetos, poeta
Com algum esmero.
Mas não consigo buscar o ritmo,
Contar a métrica, ditar a melodia:
Carpir a poesia de sublime imaginação.
Tudo que posso são umas linhas
Com algumas luzes azuis,
E cinzas as minhas palavras.
Eu só sei ler o Livro de Mágoas
Da Florbela Espanca.

Dedicado a Evandro de Castro Filgueiras Filho,
poeta precoce até no nome.

(Pedro Ramúcio)

8 comentários:

  1. Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

    Do que os homens! Morder como quem beija!

    É ser mendigo e dar como quem seja

    Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!....

    Bom ano Pedro

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  2. Magnólia,
    Muito obrigado por reflorir este blog com mais Florbela Espanca.
    Receber sua visita já é prenúncio de um ano bom. Que o seu seja também.

    Pedro Ramúcio.

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  3. Olá, Pedro!

    Agradeço imensamente tua visita no Interlúdio... quanto a Florbela, sou suspeita em falar, pois tenho por ela uma admiração prá lá de grande. Partilhamos o amor por essa que foi e é a mais bela flor do Alentejo!
    Convido-te a um passeio por aqui:

    http://interludioemflorcomflorbela.blogspot.com/

    Beijos!

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  4. Flor,
    Convite feito, convite aceito. E não tem o que agradecer: prazer foi meu, recompensa minha.
    Interlúdio... gosto imenso dessa palavra.
    Quanto a Florbela, é das minhas ficções mais verdadeiras.

    Em verdade te peço que voltes sempre,
    Ramúcio.

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  5. "...É ter de mil desejos o esplendor
    E não saber sequer que se deseja!
    É ter cá dentro um astro que flameja,
    É ter garras e asas de condor!"

    Eternizar-se em seu livro de mágoas, dores e ansiedades como fez Florbela Espanca...
    Ou se deixar "surrar" pela transcendência de suas palavras...

    É ser magistral em ilustres borrões acinzentados...
    Ou se deixar ser Pedro Ramúcio.

    Grande abraço meu nobre!
    Evandro Filgueiras.

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  6. Evandro,
    Se você veio, eu fico feliz. Guardo por você a mesma admiração que guardamos por Florbela.
    Obrigado pelas magistrais palavras a respeito de mim, mas não mereço tanto tudo isso.
    Seus Guimarães Rosa (Literatura Comentada) e Caetano Veloso (Verdade Tropical), não perca a esperança: ainda lhos devolvo.
    Mais uma coisa: quando puder, poste algumas coisas suas aqui. Será uma honra, poeta.

    Fã do seu afã,
    Ramúcio.

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  7. É uma honra poder seguir tão doces palavras, de tão belos poetas.
    Amo vocês!

    Laiane Coelho.

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  8. Lai,
    Você aqui é muito mais que muito bom, é muito mais do que muito...
    Posso te esperar mais vezes vezes mais?
    Então volte sempre, e não demore.
    Sua sensibilidade será sempre fonte de inspiração de que os poetas precisam.

    Feliz com sua vinda,
    Eu.

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