

Sempre ad(mirei) sobremaneira a maneira como João Bosco e seu violão se (con)fundem dentro das canções. Vislumbro neles um elo a mais que cordas e mãos a percutirem som e vibração. Há ali um enlace (nupcial?) a mais, ou menos me engano. João leva seu violão pro palco como quem atrai a noiva prum altar: casamento perfeito entre instrumento e artista; intensa entrega no esfregar-se um no outro que até parece passos de uma dança, ou mesmo gestos de um ato sexual. Eu, de minha parte, não tenho nenhuma dúvida de que as algaravias que João profere durante o coito, digo, canto, sejam orgasmos musicais. Ainda bem que Aldir é psi.
O violão conversa
Com ninguém.
Menos com João,
Com João
O violão conversa.
E eu não sei quem
Com quem, quem canta.
Se João tem voz de violão,
E o violão de João tem vocais
Cordas a mais na garganta.
O violão namora
Com ninguém.
Menos com João,
Com João
O violão namora.
E eu não sei quem
Cai nos braços de quem
No vai-e-vem da canção,
Se o violão desvira mulher
E João delira ser homem.
(Pedro Ramúcio)
essa dupla é incomparável! adoro papel marche!
ResponderExcluirmerecida e linda homenagem!
besos
ei, ramúcio..
ResponderExcluirprestenção:
aldir e joão não vão à igreja juntos.
e não é de hoje.
uma hora eu te conto, em off. recentemente eles tentaram "trabalhar" juntos. mas acho que o gênio ja tinha se suicidado dentro da lâmpada.
mas a parceria deles, antes do hiato, sim, foi marcante. genial.
minha música favortia de joão é memória da pele, parceria com waly salomão.
ah, eles tem musica bonita pra lotar uma caçamba...
abração
R.
Líria-líria Porto-rico,
ResponderExcluirTambém adoro "Papel Machê", parceria bissexta de João e Capinan ('Capina', que atualmente é parceiro profícuo de Roberto Mendes, gênio da canção, artista ímpar, muito gravado por Bethânia). Mas adoro quase tudo de João, adoro João Violão Bosco quase todo. E ,muito principalmente, admiro essa parceria Bosco/Blanc, que, embora interrompida há muito tempo, já ficou eternizada em canções inesquecíveis.
"Papel Machê" é sem dúvida umas das interpretações que me inspiraram nessa homenagem que você considera merecida e linda, e eu agradeço muito suas palavras. E, em se homenageando Jõao, sintam-se homenageados todos os parceiros dele, pretendo e espero.
Abraço mineiro (feito João),
Pedro Ramúcio.
Roberto,
ResponderExcluirEstamos indo agora, eu e a musa-esposa, almoçar na casa da sogra dela pra endireitar o estômago com uma torta em homenagem aos quarenta e seis verões do Robinho (você se lembra dele, né!), completados hoje.
Você que tantas vezes pegou esse rango lá em casa, sinta-se convidado outra vez e sempre.
Daqui a pouco a gente papeia mais...
Não saia daí, é vapt e vupt!
Bjão,
Ramúcio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirlembro do rango, sim... do telhado de amianto...das galinhas ciscando no tereiro, do menino-muriçoca e de óculos de grau, "mosqueando" em volta dos maiores...
ResponderExcluirdo carinho de sua mãe com os amigos dos filhos dela, fazendo com que se sentissem também filhos... e da fartura...
beijão,
R.
pesses: remocei 30 anos, com essa lembrança...
coloquei uma do JB pra tocar no meu blog... e dá um abraço meu no aniversariante.
eu já tive 6, 16, 26, 36 e 46 anos. notei, agora, que todo mundo é mais jovem que eu.
e vou cortar os pulsos com mallarmé.
aliás, o violão do João Bosco (mineiro de Ponte Nova, mas que conversa como um legítimo carioca...rs)... o que é aquilo. e ele toca tudo de "orelha". não sabe ler uma nota. pelo menos, é o que escutei...
é um daqueles casos de que é a mão de Deus quem toca, quem arranha, quem belisca as cordas...
JB, quando toca, é manifestação de deus...
às vezes acho que JB é um deus de barba e stoque acariocado.
Roberto,
ResponderExcluirDei de antemão seu abraço ao aniversariante, que lhe manda outro, que também o admira muito, que citou uns nomes da pesada que formavam esta turma: bispo, abel, rogério, evandro, grego, rudson, beto lima...
As canções têm esse poder mágico (isso me lembra Tadeu Franco, mágico da voz), essa força de nos levar de volta no tempo, esse rio sem contramão.
Pois é, mas pra frente é que se anda e amigos são pra essas coisas: lembrar passado e footuro bons.
Foi com uma canção de aldir/joão que Samuel de Abreu se apresentou ao Roberto Mendes, atendendo a um pedido do Robério, quem nos levou a Santo Amaro pela primeira vez. E Samuel tocou e cantou "Corsário" tão lindamente, que no outro dia já estava dando canja em apresentação de Mendes, em Salvador.
"Memória da Pele" é tudo mesmo. Waly era tudo também. Me lembram a novela "Pantanal", na extinta TV Manchete. Novela como obra de arte, não a maioria dessas mesmices que a Globo serve diariamente, com BBB de sobremesa.
Quanto ao rompimento da parceria entre JB e Aldir, nem querendo eles se separam mais, poeta. Um casamento termina, uma sociedade comercial acaba, um namoro se desfaz, uma paixão esfria o fogo da utopia, um romande vira cinzas, mas a parceria numa música é eterna. E os dois compositores sabem e se orgulham disso, conquanto se odeiem também, porque "no rala-rala quando acaba a bala é faca com faca."
Mas minha intenção é apenas reverenciar esses artistas que me comovem e movem minhas mãos. Aliás, as de "Manassés" estão quase prontas. Lhe mando já-já...
Admiração garantida,
Ramúcio.
eu leio esses meninos, que aqui a velha sou eu (64 na cacunda), dá uma vontade falar um tanto de coisas!!! mas deixa quieto, só para registrar, duas:
ResponderExcluir1 - desde menina eu uso óculos degrau - pra subi-los, um a um, até as estrelas, como ramúcio...
2 - isso de rompimento, lembrei-me:
revolta
líria porto
o que nos revolve
não se resolve com revólver
talvez com faca
*
besossssssss
Líria de líricas tão lindas,
ResponderExcluirEntão está resolvido: vamos de degrau em degrau, subir às estrelas. Sem revólveres nem facas.
Agrdeço por "esses meninos", em meu nome e em nome do Roberto.
Seus fãs (em meu nome e em nome do Roberto),
R e R.
Pedro Ramúcio,
ResponderExcluirpALssei ALqui para deixar um ALgradecimento pela seu comentário lá no Futeb-AL-Chaer.
Gostei muito de seus textos-diálogos no seu blog.
AL-Braços
AL-Chaer
AL,
ResponderExcluirTe descobri recente. Vou te lendo com calma, vou te buscando. A impressão restou muito forte.
Volte quando for da sua vontade, estarei.
Com a bola cheia já por sua visita, em sua homenagem o próximo post será pro Romário.
AL-Braços,
PR.
Obrigada Pedro pelas tuas gentilezas lá no meu blog... Aquele que pra mim é um lugar de musicas e poemas perfeitos pras coisas que eu não sei dizer... Um dia destes deixo lá pra ti o " Cantico Negro " que eu tb gosto tanto
ResponderExcluirE pra mim é um prazer vir aqui ler-te...
Bj
eu volto sempre ao local do creme! dessa vez pra ver a foto do joão bosco - ô home lindo!!!!!!!! risos
ResponderExcluirO violão
ResponderExcluiré um grande companheiro,
principalmente nas
horas silenciosas.
A tua casa é muito bem frequentada, gente que veio de minas e outros tantos lugares. Vou virar freguês. Abraço.
ResponderExcluirMagnólia,
ResponderExcluirNão tem do que me agradecer, prazer e sorte minha.
Fernando Pessoa considerava José Régio, o autor de "Cântico Negro", primus inter pares.
E Maria Bethânia, a grande dama do drama em música da Música Brasileira, declama o "Cântico" magistralmente; dão arrepios. Tem uma versão no youtube.
Ah, será uma grande honra pra mim poder (re)ler o Poema de Zé Régio no seu blog: eu sempre vou por aí...
Com admiração,
Pedro Ramúcio.
Uai, Líria das líricas mais lindas,
ResponderExcluirAldir Blanc também é lindo, não?
Uma vez eu estava num concurso de dança, e ouvi isso de uma mulher:
__ O homem pode ser feio do jeito que for, mas, se ele souber dançar muito bem, fica muito lindo.
Deu-me uma vontade danada de aprender a valsar, que nem isso eu sei direito.
Outra tese feminina:
__ Em cima do palco, cantando ou tocando um instrumento, todo artista fica lindo, charmoso e atraente demais. E nem precisa ser o Fábio Jr., pode ser o Nando Reis mesmo.
Comprei um violão, né!
Obrigado por tudo,
Ramúcio.
Herculano,
ResponderExcluirTalvez você se lembre: fomos apresentados por Roberto Mendes, em Santo Amaro. Apesar de estarmos na calçada de um bar, eu (descaradamente) lhe pedi que recitasse sua "Caixa Postal", que guardo de cor, o poema e o momento em que você o recitou.
Pois é, tenho um violão pras minhas horas silenciosas. Mas gênios como João, Roberto e Guinga, esses tiram de seus violões todo silêncio e som.
Feliz em vê-lo aqui,
Pedro Ramúcio.
Assis,
ResponderExcluirSe você vira "freguês', eu viro 'freguês' do 'freguês'.
1001 felicidades,
Pedro Ramúcio.
muito bom seu poema. obrigada pela visita, gostei muito da sua poesia também.
ResponderExcluirBeatriz,
ResponderExcluirVoltarei pra beber mais da tua "santa paz de janeiro". Gostei dos teus versos, sua alusão à Gabriel Garcia...
Sabe, vários poemas meus trazem o nome de um artista, ou mais, que de alguma forma me tenha impressionado um momento com sua arte. Esse recurso me é inconsciente, quando vejo estão lá: drummond, vinicius (dos que mais abuso), pessoa, picasso, neruda, pelé, djavan, caetano, chico, manassés, tadeu, joão, van basten, amilcar, portinari, rodin, michelângelo, shake (com alguns crio até certas intimidades), ednardo, adélia, bethânia, ad infinitum...
Daí, nasceu esse blog.
Mui feliz com sua passagem por aqui,
Pedro ramúcio.
Roberto está certo: não convide esses dois para a mesma mesa...
ResponderExcluirTambém já entrevistei o Aldir, lá na sua casa na Muda. Bom, casa, casa, não: biblioteca. Ele mora cercado por livros, são sua grande paixão, até na cozinha tem. E a sala principal é ocupada por uma mesa de sinuca cheia de...livros.
Passagem engraçada que conto sem medo de ser indiscreta, já que ele não tem pudores qto á essas "fofoquinhas"...Com seu indefectível copo de uísque na mão, ele se desculpa pelo atraso, diz que foi por causa da acupunturista, coisa e tal, e comenta que ela achou que o baço (dele) estava meio assim, assim. E ele: "-Baço?!Que baço que nada, quero que o baço se dane. Me diga do fígado, quero saber é do fígado, pô!"
Figuraça.
Não sei o que falar desse ser iluminado, transparente, companheiro, amigo, carinhoso, fiel, humano, poeta, depois de tantos elogios que li aqui. Fico meio sem jeito, mas, como tenho o privilégio de estar sempre bem pertinho:
ResponderExcluirINDA QUE SEJA ONTEM
"Sem saber muito, indago-te, poeta.
Leva-me para teu mundo,
Devora-me com teus dedos,
Estraçalha-me com teus pensamentos,
Talha-me com teus versos.
Possua-me com avidez,
Pega-me, para juntos construirmos
Castelos no ar
E amasiarmo-nos de utopia..."
(musa-esposa)
Mô meu,
ResponderExcluirNão preciso falar mais nada, você foi promovida de musa-esposa à musa-poeta.
Tiamuito,
Ramúcio.
Sônia,
ResponderExcluirÉ pena que dessas pedras não se tire mais nem leite em pó, né!
Mas eu tenho um poeminha pros dois. Escuta:
PARCERIA ÍMPAR
pedro ramúcio
Fizemos a canção,
Jamais estaremos separados.
*
Brigadão por me dares a honra da revisita,
Pedro Ramúcio.
esse post da tua musa - coisa mais bonita, carinhosa...
ResponderExcluirbesos
Líria dos lírios mais lindos,
ResponderExcluirNós, que tornamos Adélia Prado em nossa poeta-musa, que peleamos en la luta vana con las palabras, padecemos sempre de uma musa(o) e seus poderes de sopro e inspiração.
Vês minha sorte? Tenho uma musa-poeta! Agora também sou muso, poeta.
Feliz sempre por você aqui,
Ramúcio.
Belo poema! Abraços
ResponderExcluirFábio,
ResponderExcluirSó posso agradecer tua visita. Espero que venhas mais vezes. Bom saber-te poeta também.
Muitos versos a ti,
Pedro Ramúcio.
Pedro Ramúcio,
ResponderExcluirJá que estamos fALando de ZICO, convido-o a visitar outro blog meu, o visu-AL-Chaer.
Há um "pôsti" específico em homenagem so ZICO, no linque:
http://visu-al-chaer.blogspot.com/2008/10/torcida-e-o-dolo-zico.html
Há outros "pôstis" poe LÁ...
...ALguardo sua visita>
AL-Braços
AL-Chaer
pêésse: estamos esparando pelo seu "pôsti" do Romário, que segundo o Cruyiff, foi o maior jogador que ele viu jogar "dentro da área".
AL,
ResponderExcluirIrei ao visu-AL-Chaer com prazer. Sou fã de poesia, música e futebol...
Quanto ao "pôsti" pro Romário, já tá na marca do pênalti, poeta. Trata-se de um texto publicado no Diário do Rio Doce, jornal local, na despedida do Baixinho - "o rei da grande área" -, com a camisa da seleção Brasileira, e eu cito, sim, a opinião do Cruyffi, que foi treinador dele no Barcelona.
AL-Braços,
Ramúcio.
pêésse: vou tragando teus versos devagarinho, pretendo embrenhar-me no emaranhado desses teus poemas.
Amo de paixão - João, Aldir e o Violão. Gostei demais da tua poesia e do teu blog, Pedro. Estarei por aqui com certeza.
ResponderExcluirAbraços.
Nydia,
ResponderExcluirQue bom que o violão e a poesia de João e Aldir te tenham trazido pra cá.
Com certeza tua presença coloriu este blog.
Com certeza te espero de novo, viu?
Abraço mineiro,
Pero Ramúcio.
Mais que a delícia dedilhada de João é a delícia das palavras que dançam - mãos dadas, sorriso frouxo.
ResponderExcluirGostei do teu tom. Do teu som. Do teu cheiro de Pedra, Pedro.
Volto logo.
Sylvia,
ResponderExcluirE eu gostei de você gostar de João e gostei de sua visita também. Volte sempre que puder.
Um cheiro mineiro de montanhas e pedras,
Pedro Ramúcio.