quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SER OU NÃO SHAKESPEARE

Ler Shakespeare sempre foi pra mim tarefa alevantadora e massacrante ao mesmo tempo, pois, que se me deparo com o inalcançável escritor assentado no seu cume de Mestre. Shakespeare é o topo do topo ( ou o top dos tops, usando uma linguagem que certamente seria assimilada por ele, que era exímio trocadilhista, dentre outras virtudes só suas) como dramaturgo. Depois dele não há aonde mais ir, e isso, para leitores aspirantes a grandes artistas - eis outro drama dentro do drama, e o trava-língua é proposital -, beira à frustração, às vezes. Tentei resolver essa equação me valendo de outro gênio das letras, meu mestre Fernando Pessoa:

Ler Shakespeare é preciso.
Ser Shakespeare não é preciso...

(Pedro Ramúcio)

2 comentários:

  1. Bom dia, meu amigo, passando para uma visita ao teu espaço, aos teus escritos. Belas homenagens a Ednardo, Cazuza, Mercedes, Chico... Quanto a Shaespeare, só tenho que concordar com você, ele é um gênio. Mas, olha, depois dele veio tanta gente boa, como Hermann Hesse, Braga e Pessoa... cada um com seu recado, sua maneira de enxergar. A arte bebe da tradição, e encontra sua própria voz, por isso é eterna, enquanto durarmos os homens.
    Muito obrigado pelas palavras em meu blog, fico muito feliz com tua presença por lá. Desejo a você e família um 2010 pleno se alegrias e criação. Grande abraço.

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  2. Fernando,
    Eu penso assim (até mudar de ideia): há coisas do Thiago de mello (Os Estatutos do Homem, p.ex.) superiores - se é que esse seja o melhor termo de comparação - a coisas do Shakespeare; há coisas de Borges superiores ao Pessoa; coisas do Camões superiores ao Drummond; suas, superiores ao Braga; de Brecht, superiores a Hesse; de Lispector, superiores a Hilst; do Pessoa, superiores ao Nelson Rodrigues... mas no "conjunto-da-ópera", penso (até mudar...) que Shakespeare e Pessoa afinam mais.
    Ainda bem que esses assuntos literários dão pano pra manga, e a gente vai cosendo juntos.

    Pra você e os seus um ótimo 2010,
    Ramúcio.

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