quarta-feira, 30 de março de 2011

JOSÉ ALENCAR SOBE ÀS NUVENS

Uns passam, outros perpassam nuvens indevassáveis.

Com fé de Alencar,
Mover montanhas.

(Pedro Ramúcio)

segunda-feira, 21 de março de 2011

QUEREM FRÁTRIA

Um é baiano e está lançando o livro com DVD "Sotaque em Pauta - Chula: o canto do Recôncavo baiano", juntamente com Nizaldo Costa.
Outro é mineiro e está às voltas com o projeto "Minha Pátria, Minha Língua", criado juntamente com Carlos Borges, que receberá em abril, para uma rodada boa com o intuito de promover o idioma português - tupiniquin - e a literatura brasileira no exterior, o escritor e romancista gaúcho Luis Fernando Veríssimo, nos EUA.
Eu tenho muito orgulho de ser amigo deles, que aguentam das minhas, coitados.

Tem dois Robertos que fazem morada em meu peito,
No lado esquerdo, onde ambidestro bate o coração.
E cada batida tem o tom de dividida, sino estreito
De uma religião chamada poesia,
Devassa devoção.

Acontece que os dois Robertos, por meu mau feito,
Mas palavra de honra, jamais minha mínima intenção,
Furtaram-se, mútuo assalto, a um abraço deles de direito,
Frustrado encontro, em que, tonto,
Fui de fato o ladrão.

Era pra ser em Belo Horizonte, capital que espreito
Nesta alma minha tão sonhadora, Esquina da Canção.
Roteiro digno de Rossellini, Tertúlia do melhor confeito,
Convidados de prima compondo
Orquestra à ocasião.

Palma de Ouro para o elástico elã de anfitriã
E anfitrião.

Da Bahia viria Roberto Mendes, singullaríssimo sujeito,
Poeta que rima acordes no rio de cordas do seu violão.
Dos Estados Unidos pintou nosso craque cronista eleito
Roberto Lima, mineiro dru-mundo
E suas pétalas na mão.

Tudo pavimentado, chance de nenhum contra-efeito:
É sabido que mineiro não perde o trem; baiano: o avião.
Porém, ah, porém, não se glosa sempre todo proveito,
Sonho é semente que dá flores, frutos, frases,
Filmes ou não.

Meus bons amigos foram se encontrar, eu satisfeito,
Inda que nem mo saibam, no sotaque em pauta da paixão,
Posto que ambos, em ditirambos por nossa pátria e leito,
Lutam por preservar o idioma brasileiro,
Frátria razão.

Precisariam eles, me pergunto, de minha
Prestidigitação?

(Dedicado a Mariana Botelho, autora do livro de poemas
"O Silêncio Tange o Sino", que ainda não li mas já gostei)

(Pedro Ramúcio)

quarta-feira, 16 de março de 2011

TSUNAMIS

Para acordarmos, às vezes, é preciso passar pelo pesadelo.

Pode o que não pode ser,
Pobre a pedra de ouro.
Pode a manhã amanhã nem nascer,
Matam a alma para revender o couro.

Pode o mar não se conter,
E vir bater à sua porta.
Pode o que não pode ser:
Celebram a vida, ainda mais se aborta.

Pode tanto ser tão pouco,
Pode o que não pode ser.
Preso o pássaro solto,
Deixam a lógica aos loucos se perder.

Pode a birra virar ira,
O irmão te fira a bel-prazer.
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Ah! Pode ser o que não pode ser!

(Dedicado ao poeta e engenheiro Al Chaer, de Goiânia -
Césio-137, nunca mais!
Para a psicóloga e escritora Lígia Paz, de Blumenau in Curitiba pour Manaus -
autora do livro da capa verde "O Segredo Dos Invejáveis")

(Pedro Ramúcio)