sábado, 26 de dezembro de 2009

ÚLTIMO CAPÍTULO

Dedicado ao Cazuza, grande poeta da música brasileira, no momento mais delicado de sua vida: quando ele assumiu pública e corajosamente sua doença, que na época deixava pouca esperança de sobrevida a seus portadores, além de todo o preconceito acerca de um mal sem tratamento eficaz. Poema escrito pouco antes de sua morte, portanto não-póstumo, posto que todos teremos um túmulo, de lápide fria ou quente: saibamos merecer.

Eu vou comprar um disco do Cazuza
Pra eu ler quando entrar a madrugada.
Quero aprender à custa dele
A lira que há nas pedras,
A alma que há nos bichos,
A procura pra cura da loucura
Que nasce na planta do pé
(Mas, aí já é outro poeta).

Sei que o fim da vida pode estar perto.
Mas todo fim é uma forma de chegada,
Toda forma de amor que houver será válida.
Eu amo tanto que nem sobra tempo pra mim
Do que em mim é sala, senzala ou solidão.

Eu vou compor um pequeno e cúmplice poema
Pro Cazuza escutar quando entrar a madrugada.
Eu, que nesta vida suicida somos usados
Nas experiências excêntricas de Deus,
Curvo-me diante do muro da morte
E agradeço cego por enxergar a luz.

(Pedro Ramúcio)

8 comentários:

  1. Poema lindo.... Ouço muito cazuza...Gosto

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  2. Magnólia,
    Cazuza marcou época em minha vida, uma época que não passa. Fico feliz que você tenha gostado do poema e mais ainda que goste desse desafiador poeta que era o Cazuza.
    Sua visita colore este blog...

    Um 2010 bem florido pra você,
    Ramúcio

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Poema maravilhoso para nosso grande POETA que era Agenor, nosso eterno exagerado Cazuza, admiro muito ele, e admiro, agora, o seu poema, muito belo, quisera eu ter vivido essa época - a melhor de todas - parabéns pelo poema...

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  5. Thaís,
    Agora que vim passear mais pros fundos de casa é que ouvi seu comentário, e fico feliz de saber que você esteve a passear aqui também, sem não deixar um rastro de palavras eternamente frescas, frutas que não caem do pé.
    Cazuza sempre detestou o nome de batismo, até o dia em que descobriu que o grande compositor Cartola, de quem ele gravaria magistralmente "O Mundo É Um Moinho", também chamava-se Agenor.
    E era um poeta de rebeldia, um Rimbaud dos trópicos...

    Abraço mineiro,
    Pedro Ramúcio.

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  6. Buen poema, para todos los fascistas que creen que Cazuza no es "un Ejemplo a segui" a quien le importa eso, quie anda buscanco padres!? es un compañero en la oscuridad, uno q se dió cuenta q el mundo era injusto así q se cago en sus reglas, bueno o malo? ´prefiero decir sincero, transparente-humano, cosas que le falta a muchos, la envidia de quienes no pueden cagarse en mundo, de quienes no se atreven, de quienes asumen su jornada como una condena irrevocable de esta vida,,,Viva Cazuza errado!

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  7. Viva usted, entonces!
    Venga siempre q quisieres, la casa es tuya.

    Ablazo brasileño,
    Pedro Ramúcio.

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  8. mesmo ele naum estando entre nois ,mais ainda e espiro muito nele ,ouça as musicas dele todos os dias adoroooooooooooo ,aehhh viva cazuza ihn

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