segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

PARA ESTREITAR LAÇOS

Um dia liguei para Ednardo e perguntei como iam as coisas, por que ele estava sumido de Minas, se ele topava fazer um show em Valadares? Ele disse que estava fazendo alguns shows com Belchior e Amelinha, os três juntos em turnê, que gostaria de cantar aqui, sim, de preferência com os outros dois cearenses citados, mas poderia vir sozinho (voz e violão) ou com banda, se eu ajeitava esse evento, e outros pontos que não me lembram mais. O show não aconteceu, não era minha praia, nem aqui ou no Ceará. Contei pra ele que eu escrevia umas coisas diferentes, ou seja, o papo foi ficando meio chato. Pra ele não desligar logo, revelei também que eu conhecia seu trabalho desde Cauim, Berro, O Azul e O Encarnado, Ímã, Rubi, Libertree, O Pessoal do Ceará, Projeto Massafeira, praticamente seu repertótio e trajetória inteiros. Ele foi ouvindo com mais atenção e aproveitei pra mandar a bomba, ou melhor, as bombas: a primeira, se tinha como ele liberar a canção "Passeio Público" para um intérprete de muito talento chamado Samuel de Abreu incluir em seu primeiro CD, que seria gravado em breve; a segunda, se ele poderia fazer chegar até as mãos do Fagner um soneto que eu tinha feito pra ele e já há algum tempo vinha tentando mostrar-lhe. A canção, ele explicou que não dependia dele simplesmente, mas teria que passar pela liberação da Editora também. O soneto, ele pediu desculpa mas não estava tendo contato com o antigo parceiro. Pra encerrar a ligação, sem deixar de ser gentil um segundo sequer, ele me passou seu endereço de e-mail para que assim pudéssemos estreitar laços. Eu perdi onde anotei o e-mail e fiquei sem jeito de ligar de novo pra pedir a ele. Mas a expressão "estreitar laços" ficou na minha mente e deu neste poema:

Para estreitar laços, ofereço-te
Eu mesmo quem faço
Estes versos quisera lindos
Feito o litoral do Ceará
Ou as montanhas de Minas
Que o poeta novo dará
Daria-te as milhores rimas
Eu mesmo quem risco
Quem ouvir, se encantará
Se tu as cantares
Com tua voz de pássaro
Tua beleza de mulher
Luz de Homem que Luzia
Das cordilheiras ao mar
No teu assovio, alvíssaras
Minha alforria, meu alvará
Canção à Liberdade
Liberta que também serás
Jackson do Pandeiro
Cinema de Ednardo
Poema de Drummond
Iracema de Alencar

(Pedro Ramúcio)

4 comentários:

  1. voce deu foi sorte...rs
    dizem que ele não é manso de corda, não...

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  2. Serão os mistérios de um pavão, poeta? Ainda bem que o canto está acima de quem o canta, né? A arte é o que fica. Mudando de pau pra cavaco, ontem me emocionei em frente a TV, vendo o Chico Anysio de novo reinando nesse "Teatro de Vampiros", como definiu a telinha o Renato Russo. Ainda canto os dois aqui nesta esquina.

    Seu fã desde criancinha,
    Ramúcio.

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  3. rapaz,
    chico anysio é o bicho. mil faces. e tinha lastro como ator, viu? se dessem a ele um papel daramático, sei que arrebentaria.
    renato aragão me incomoda... velhinho, correndo atrás das cocotinhas...rs
    ta vendo? sou do tempo das cocotinhas...
    e gostava do golias. do rony cócegas e do nerso da capitinga.
    e achava mazaropi o máximo.
    beijão
    roberto.

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  4. Que timaço, Roberto. Aliás, uma seleção escalada por quem entende de humor e, por quê não dizer?, aquela fina ironia dos seres espirituosos, que é seu caso (sério!), cronista. Mas nada que um bom analista também não resolva, fique tranquilo.

    Feliz 2010,
    Ramúcio.

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