terça-feira, 25 de agosto de 2009

FUTEGRAFIA


Soneto encomiástico dos cinquenta anos do Maracanã (1950-2000), terçando sobre os dois maiores jogadores que se eternizaram nesse templo do futebol, Pelé e Garrincha.

Gol é música muda, melodia
Que vemos da arquibancada, encantados.
Futebol! Épico de alva grafia,
Com rimas lidas nos passes traçados.

Posso ouvir, com olhos esverdeados
Que tenho, o que adia a minha miopia:
Bola, a que o jogador, pelos gramados,
firula entre os pés, tecer cantoria.

Ah! Dá na gente vontade de dançar
Quando se lembra dos gols do Pelé
E daqueles que ele inventou de errar.

Cada drible do Garrincha eu sei que é
Um acorde de canção a ressoar
Em nosso ouvido colado em seu pé.

Dedicado a Nelson Rodrigues, que via futebol
com os olhos da imaginação.

(Pedro Ramúcio)

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