quarta-feira, 29 de junho de 2011

NA DOR LIDA DE UM FINGIDOR

13 último, Fernando Pessoa fez 123. Da adolescência, terrrrrrrrrremoto tempo em que comecei a ler o imenso poeta português (que escrevia de pé/e era outro a cada vez), relembro este poeminha guardado na 'parede da memória':

Sempre que leio, escrevo.
Do que li, escrevo o que não li:
O que lesse, lido em mim.
Há pouco lia Fernando Pessoa.

(Dedicado a todos que um dia tiveram
"lágrima nos olhos de ler o Pessoa")

(Pedro Ramúcio)

27 comentários:

  1. Maravilha, Pedro!

    Beijinho procê, querido.

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  2. Laríssima,
    Maravilha é merecer você aqui no quintal, moça do "Estopim" sem fim...

    Abraço imenso,
    Pedro Ramúcio.

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  3. Pedro,

    eis o puro "olhar-se com os olhos da coisa observada"!

    E quem de nós, fingidor por poeta, em essência real da palavra, não tem as suas próprias máscaras necessárias?

    Forte abraço!

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  4. Nanini,
    Outro dia o Tostão escreveu num artigo que "Tabacaria" do Pessoa é o maior poema já inventado em língua portuguesa, mo disseram; e você faz-nos face às máscaras dele, com seu pertinente comentário, amigo...
    Sempre uma alegria receber suas palavras neste pequeno jardim de lembranças que só posso cultivar a várias mãos, mãos especiais feito as suas, poeta...

    Abraço deste que finge que é poeta,
    Pedro Ramúcio.

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  5. bateu de trivela, da rama.

    do jeito que o poema veio, cheio de efeitos, ele subiu.

    buniteza!

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  6. pedro,
    a diferença entre os poetas e os versejadores está justamente aí: ao serem lidos, [re]escrevem-se.
    um abraço com saudades!

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  7. Delima,
    Se me pedissem dez coisas que teriam feito valer a pena ter nascido neste mundo "em que às vezes mais vale um tapa bem na cara da mãe do que um aperto de mãos", eu diria que uma delas, pra mim, foi ter te conhecido, malandro. Outra? As milongas de Ramil...
    Pessoa me põe assim, de boa com as pessoas que admiro e gosto. Embora eu simpatize com algumas pessoas com alguma falta de qualidades, mas isso é Pessoa demais, sô...
    Obrigado pela leitura, e por suas escrituras também, e um abração do Valadão...

    Seu amigo da rama.

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  8. Jorge,
    Uma alegria do tamãe do Atlântico merecer você aqui, saber você aqui, ouvir você aqui neste meu quintalzinho de quimeras. E pra dizer do Pessoa, então! É presente em dobro, amigo do Minho...
    Um dia ainda haveremos de prosear sobre o Mestre de mais perto, à distância de um abraço, torço...

    Abraço grande,
    Pedro Ramúcio.

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  9. Vc e o Lima deram de me por lágrimas nos olhos, lembrando quando era eu virgem de tumultos e acreditava em sonhos e profecias poéticas, hoje caminho em descompasso, mas conservo esse rio que me banha a face,



    abração

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  10. Lindo Pedro
    Estou entre eles....
    Bj
    Magnolia

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  11. Assis,
    Tem uma canção, se não me engana a memória, que engana sempre, do Moraes Moreira gravada por Fagner num disco cujo sucesso foi "Deslizes" (as Rádios derraparam feio), cujos versos dizem assim: chorar é bonito e não faz vergonha/eu só acredito no homem que chora e sonha...
    Um brinde ao rio que te banha as faces, poeta...

    Abraço moiado na fonte da amizade,
    Pedro Ramúcio.

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  12. Mag,
    Já sentia sua falta aqui no blogue, que bom que você apareceu...
    Obrigado de imenso por sua presença, que faz tudo ser mais poético...

    Abraço poético,
    Pedro Ramúcio.

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  13. Ler é sempre inspirador. Belo poema.

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  14. Espectador irónico de mim mesmo, nunca, porém, desanimei de assistir à vida. E, desde que sei, hoje, por antecipação de cada vaga esperança que ela há-de ser desiludida, sofro o gozo especial de gozar já a desilusão com a esperança, como um amargo com doce que torna o doce doce contra o amargo. Sou um estratégico sombrio, que, tendo perdido todas as batalhas, traça já, no papel dos seus planos, gozando-lhe o esquema, os pormenores da sua retirada fatal, na véspera de cada sua nova batalha.
    (...)
    Uns dizem que sem esperança a vida é impossível, outros que com esperança é vazia. Para mim, que hoje não espero nem desespero, ela é um simples quadro externo, que me inclui a mim, e a que assisto como um espectáculo sem enredo, feito só para divertir os olhos - bailado sem nexo, mexer de folhas ao vento, nuvens em que a luz do sol muda de cores, arruamentos antigos, ao acaso, em pontos desconformes da cidade.
    (...)
    Volto em mim ao que sou, ainda que seja nada. E alguma coisa de lágrimas sem choro arde nos meus olhos hirtos, alguma coisa de angústia que não houve me empola asperamente a garganta seca. Mas aí, nem sei o que chorara, se houvesse chorado, nem por que foi que o não chorei. A ficção acompanha-me, como a minha sombra. E o que quero é dormir.

    Bernardo Soares - Livro do Desassossego

    "lágrima nos olhos de ler o Pessoa"

    Estou eu agora...

    Desculpe Pedro, me empolguei rs.

    É que pessoa pra mim é reverência.
    Tapetes vermelhos se aproximam.

    Um abraço meu querido!!!

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  15. Beatriz,
    E sentir, sinta quem lê, veramente escrevera Isto o poeta, livre do próprio enleio...
    É uma imensalegria merecer você aqui neste quintalzim de quimeras, moça de Peixes do Rio de Janeiro. Volte sempre que quiser, sim!

    Abraço inspirado na amizade,
    Pedro Ramúcio.

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  16. Sil,
    Qual de nós não é vizinho no desassossego com Bernardo Soares, os que respiramos poesia a cada manhã banhada de breu, ou assistimos à vida sob o sol sob outro astro que lhe seja um sol superior?
    Pessoa somos nós não podermos estoirar de viver, implodidos por os versos dele?
    Pessoa é quando "a calma clama a invenção da chama"?
    .......................................???

    Feliz demais por receber você aqui neste pequeno jardim de lembranças, sempre o fico...

    Abraço empolgado,
    Pedro Ramúcio.

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  17. Oi Pedro, estou passando só para te desejar... UM ÓTIMO DIA!!!

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  18. Eliana,
    Obrigado, uai! Que sua semana transcorra com belas horas também, e o mês inteiro...
    Sempre bom saber você aqui, uma honra pr'esse mero rabiscador de quimeras...

    Abraço grande,
    Pedro Ramúcio.

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  19. Vanessa,
    Não à toa Drummond dissera, numa crônica: Pessoa é simplesmente o maior...
    Que alegria merecer sua visita, moça sorridente in Rio...

    Abraço de Minas,
    Pedro Ramúcio.

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  20. lindo ... lindo demais essa sua prosa com os poetas ... gosto .. abraço!

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