quinta-feira, 30 de julho de 2009

TELÊ FUTEBOL CLUBE

Eis o pontapé inicial deste blog (batizado de CANTO GERAL DO BRASIL) destinado a cultuar em verso & prosa a arte e a cultura dos que fazem cultura e arte no Brasil. Um blog criado para cantar os cantos de todos os cantos do Brasil. Começo por meu Mestre Telê Santana, ídolo e exemplo de caráter e dedicação profissional.

"Uma ode do poeta valadarense Pedro Ramúcio
ao mestre Telê Santana, mentor de grandes conquistas
para o futebol brasileiro." (Ney Santana, do Diário do Rio Doce)


O pontapé inicial deste poema
é para falar de um ponta -
o Fio de Esperança -
tricolor dos pés ao coração:
Telê Santana.
__Ontem te vi na televisão, Mestre.
Quase chorei, chorei quase triste.
Mas como ficar triste entre tantas
lembranças que se guardam na alma?
Fiquei foi emocionado demais,
como sempre ficava (e fico),

vendo
os times que você, Mestre, treinava.
Os jogadores transformavam-se,
sob seu comando, todos em craques.
E os craques transformavam-se
em deuses

de jogar futebol na Terra.
Sob seu comando, até os beques
viravam craques.
Porque seus times só jogavam
para frente,
altivos e valentes todos,
concertistas do espetáculo único
do gol.
Sei bem que sob seu comando
a Seleção Brasileira não ganhou
duas Copas do Mundo:
em 1982, na Espanha - derramada
a lágrima na derrota eterna;
em 1986, no México - adiada
a sua hora do triunfo final.
Mas, assim, Mestre Telê, podemos
admirar você,
não porque seus times sempre
ganharam tudo
e, sim, porque seus times deram
tudo sempre ao futebol.
Nenhuma glória é feita só de vitórias,
como nem toda medalha é coberta
só de honras.
E a sua glória, como só a dos imortais,
não caberia num julgamento humano:
fracassado ou vitorioso?
Você, o evangelista do futebol,
que escreveu cartas de São Paulo aos
romanos
e hispânicos;

vitorioso ou fracassado?
você, novo Gandhi do esporte, a defender
a não-violência entre atletas e torcidas
até a morte.
O pontapé final deste poema é,
justamente, para lembrar
que nenhum jogador sob seu comando
parava uma jogada a pontapés.
Sob seu comando, Fio de Esperança,
eram verdes os cartões
que os jogadores recebiam,
inscrito neles:
glória ao Mestre Telê,
assim na grama como nas arquibancadas.

A prorrogação deste poema, Mestre,
é para contar que apesar de sua ausência
no comando técnico de um time de futebol,
é eterna a frequência do seu nome
na memória dos apaixonados pelo
futebol-arte.
O futebol como um quadro que Picasso
assinaria embaixo,
o futebol como uma canção que Beethoven
assinaria embaixo,
o futebol como um poema que Camões
assinaria embaixo,
o futebol como um sonho que eu tive
e virou poesia.

(Pedro Ramúcio)

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