quinta-feira, 26 de agosto de 2010

VELHO CORAÇÃO DE POETA

Vez por outra ouço aqui e acolá que o bardo baiano, o grande Caetano Veloso, não é mais o mesmo. Num domingo desses, por exemplo, o Fagner disse no programa "Conexão Roberto D'Ávila", pela TV Brasil, que o pai da Tropicália hoje escreve pouco e fala muito...
Será que o Sr. Caetano Emanuel Vianna Telles Veloso é bananeira que já deu cachos (e que cachos!)?
Será que 'menopausa' - menor pausa - dá em poetas?
Da minha parte tenho também Tanta Saudade de Chico Buarque!

Eu não posso mais certas rimas
Fui poeta mil anos atrás
Agora canto torto, saudade ensina
A glória é uma camisa-de-força

Por força do hábito inda sonho
Estrelas caídas no chão
Hora vivo o verso de ontem
Hoje acordo sem acordes na mão

Sou poeta por que fui poeta?
Página pede pela nova canção

Vou poeta porque fui poeta
Ainda é de trovas meu coração!

(Pedro Ramúcio)

domingo, 15 de agosto de 2010

GIRASSÓIS

































Por dizer de Picasso (e Pessoa tão presente em mim desde sempre) em resposta ao comentário da Dra. Vanessa Souza Moraes do "Meu divã é na cozinha" - blogue de rara lucidez - que me visitou na postagem última dedicada a Rodin
, lembrou-me estes versos que o poeta e compositor Samuel de Abreu in Sampa musicou com muito talento e competência (duas versões disponíveis no youtube).

Preciso a primeira página
Preciso Picasso, Pessoa e girassol
Preciso a virgem vermelha lágrima
Preciso o peixe, a pedra e o anzol.

Preciso a terceira margem
Preciso coragem, comida e girassol
Preciso viajar a última viagem
Preciso poesia, música e futebol.

Preciso a pílula e o elefante
Preciso a coruja, a noite e o girassol
Preciso amores eternos e diamantes
Passar a tarde inteira em teu lençol.

Preciso o cacto e a primavera
Preciso o vento, o vinho e o girassol
Preciso o pêssego, a morena e a quimera
Preciso a pétala íntima, manhã com sol.

(Dedicado ao professor, poeta e engenheiro AL-Chaer de Goiânia)

(Pedro Ramúcio)

domingo, 8 de agosto de 2010

ATELIER

Outro poeminha de mesma safra e colheita das metáforas anteriores.

Rodin esteve aqui
Não há braços nem pernas
Para se compor o poema
Apenas a meditação de uma lágrima
Caindo
Paralisada no ar

Ah! Rodin
Mais que o mármore
Esculpiste a alma

(Pedro Ramúcio)