quarta-feira, 6 de outubro de 2010

"ONZE" ANOS COM E SEM JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Em 9 de outubro de 1999 a poezia brazileira perdeu um de seus mestres mundiais de Literatura, João Cabral de Melo Neto.

Em outubro passado, eu postara aqui no Canto Geral uma singela homenagem a esse pernambucano do mundo, após ler, em artigo do craque Alécio Cunha (que faleceria um mês depois, em decorrência de um AVC, na flor dos seus tenros 40 anos de idade), a pouca repercussão, principalmente no Brasil, dos dez anos da morte do autor de "Morte e Vida Severina".
Hoje reposto o poema com que tento, à minha mineira maneira, reverenciar o grande artista do verso que exercia o fazer poético pelo rigor e pela razão, abolida inspiração.

E eu não poderia deixar de dizer da tristeza que também sinto com a perda do grande artesão da palavra que foi Alécio Cunha (com quem eu estreitava laços via e-mails, torcendo virasse amizade; num, ele me respondeu sobre este mesmo poema, seco feito o poeta de "Uma Faca Só Lâmina": "poema bem elaborado").

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Com suor, essa mão
Espalha o pó e o pólen
Do poema inda virgem:
Zangada inspiração.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Essa rima no chão,
Rama que não podem
Desbastar das mãos do Homem,
É rio sem contramão.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Esse rio em questão
Sobe na estiagem.
Pro tempo, qual barragem?
Saudade é inundação.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Esse oceano-sertão
Precisa de drenagem.
Confusa sua paisagem,
Sol e chuva se lavam.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Essa poça, alçapão.
Líquida hospedagem.
Hóspede sem bagagem:
Só o ladrado de um cão.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Esse poço, prisão.
Lodo por toda margem.
Nódoa na mútua imagem:
Os pixels da ilusão.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Esse fosso, fusão.
Fósforo pós-fuligem.
Fóssil sem data; origem.
Cisterna em combustão.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Esse brejo, vulcão.
Sertanejos que fingem.
Violeiros que tingem
De silêncio a canção.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.

Essa gota, erosão.
Água de árida nuvem,
Neve de leve friagem.
Fiado o fio do algodão.

Com pesar, sem João.
Apesar de não sem.
O que vai, vai e vem.
O que há, há e não.


(Dedicado a Alécio Cunha, in memoriam)

(Pedro Ramúcio)

66 comentários:

  1. Pedro,

    Estava sentindo falta de sua postagem e vc veio. E veio, sem fazer por menos.
    Meu amigo, meu peito queimou no sertão lendo esse poema tão Pedro, tão João.

    É uma lástima essa memória seca do povo, ainda bem que temos a sua, que é inundação.

    Bj, poeta de todos os sentidos

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  2. João Cabral de Melo Neto. Grande figura. Excelente escritor.
    Parabéns pela homenagem.
    Um abraço.

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  3. Sua memória sempre nos trazendo bons escritores. Para mim, é um presente. Poetas que perduram, e vão além do tempo.
    Deixo um beijo meu'

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  4. Ira,
    Essa memória seca do povo, né minha amiga...
    Mas será mesmo só culpa do povo?
    Tiriricas à parte, em se plantando tudo dá...
    Temos que tentar mais, atentar mais para o Brasil que é lindo demais, que tem gente importante demais, você não concorda?
    Ò, você tem sido um rio que passou pela minha vida. Então, passe mais vezes aqui. Inunde uma alma que aprendeu a te admirar...
    Obrigado pelas palavras carinhosas, pluviei-me...

    Abraço alagado,
    Pedro Ramúcio.

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  5. Márcio,
    Meu amigo, por dizer de grande figura, o enorme Geraldo Vandré (por quem batizei esse pequeno jardim de lembranças de Canto Geral-do Brasil...) quebrou o silêncio a que se impôs durante décadas, e, como sempre, sem perder uma vírgula de sua postura ética e cívica, mostrou todo seu caráter e toda sua coerência, numa entrevista concedida ao canal fechado GloboNews (Caetano e Fagner recentemente trocaram farpas e firulas no "Fantástico"; esquisito, não?).
    Pouco atrás eu comentava com a Ira sobre essa questão de se plantar, mas parece que a Tv não vê o mal que faz ao povo, e o povo vê cada vez mais Tv, e...
    Por falar nisso, é bão demais da conta ver você aqui, rapaz...

    Abraço literal,
    Pedro Ramúcio.

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  6. "Saudade é inundação"

    é uma pena que o Brasil dê tão pouca importância a quem deu tanto coração às nossas vidas...

    Lindo poema

    bjs

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  7. Moça sensível de Brasília,
    Um presente é receber você de novo...
    Volte sempre que quiser, vez em quandos rolam essas singelas homenagens aqui...
    Você me ajuda a não parar? Sinto que sim!

    Abraço de mim de Minas,
    Pedro Ramúcio.

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  8. Garota Nada Complicada,
    Eu já sentia saudade sua, sô...
    E o Brasil ainda há de ser maior do que já é, do que sempre foi...
    No meio do que semeio aqui, essa ideia é o meu ideal: nada melhor do cantar quem nos deu o melhor de suas vidas, pra isso...
    Obrigado pela visita, quando você vem eu fico feliz e é muito...

    Abraço brasileiro,
    Pedro Ramúcio.

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  9. Oportuna lembrança e bela homenagem. Convivo muito com ele em leituras recorrentes. Hoje mesmo estava relendo "Os três mal-amados". Poeta dialético, poeta que faz pensar, que revira os sentidos e os nomes até a exaustão. Não é fácil, requer comunhão, concentração. Talvez ele seja muito mais falado do que lido, não sei.

    Por que terá repercutido aquém de sua importância a primeira década de sua ausência? Para falar a verdade, Pedro, percebo (talvez seja cisma minha) que ele é pouco citado até na blogosfera, comparado a outros poetas mais frequentes. O que torna ainda mais especial a sua postagem.

    Grande abraço!

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  10. "Com suor, essa mão
    Espalha o pó e o pólen
    Do poema inda virgem:
    Zangada inspiração.
    (...)
    Esse poço, prisão.
    Lodo por toda margem.
    Nódoa na mútua imagem:
    Os pixels da ilusão"

    Bravíssimo, Pedro!!!!

    Sou apaixonada por João e o Cão sem Plumas é o meu favorito. É só eu lê-lo cantar o Capibaribe,pra eu me atirar das pontes e me inundar das águas e da lama do Recife e do João.

    Eita, que minha noite ficou como tu bem o disses: "Saudade é inundação"!!!!

    Beijos e beijos, poeta de tantos Cantos...

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  11. mais uma vez onde tu colocas a mão frutifica a poesia. nesta sina severina de cantar os geraes, e o tino nordestino, sertanejo de lajedo. o que há, há e muito,


    abração

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  12. Espalha o pó e o pólen
    Do poema inda virgem:
    Zangada inspiração. radiante pode ter certeza que ele o respondeu pois soube reconhece a alma poetica que vc tem ;

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  13. Marquinho,
    Especial demais é merecer umas palavras suas aqui no meu canto, poeta.
    Cabral tinha essa faceta mesmo de afastar mais do que atrair, coisa do pensamento forte dele, que por exemplo não gostava (nem ouvia, pode?) de música popular, e dizia que o Pessoa causou muito mal à poezia, etc...
    Mas é preciso separar as estações, e nisso você notou bem: João é pouco citado. Será por causa de seu rigor com a forma e o teor poético?
    Mas resulta numa arte tão linda, né!
    Pra mim, ele foi um dos grandes, e sei que pra você também, e fico contente com isso...
    Partilhemos, rapaz: isso que você faz tão bem...

    Abraço imenso,
    Pedro Ramúcio.

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  14. Moça do Pólen,
    Sou fã de ser fã de quem é fã do afã de João Cabral...
    Ò, é bão demais merecer você aqui nesse meu quintalzinho de quimeras, moça sensível de São Luíz, do ser-tão...
    Na verdade, amo quem canta seu cantinho, sua terra, ao mundo; e João foi craque nisso: o Capibaribe passa em Espanha, Tegucigalpa, Marrocos e deságua sei lá onde, onde a poezia fez a curva, onde o coração ouviu a voz desse pernambucano universal...
    Ò, receber-lhe aqui é luxo de que eu não abro mão...

    Abraço de Valadares,
    Pedro Ramúcio.

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  15. De 1995, creio que ele já estava ficando cego.
    Pedem-me um poema

    Pedem-me um poema
    um poema que seja inédito,
    poema é coisa que se faz vendo,
    como imaginar Picasso cego?

    Um poema se faz se vendo,
    um poema se faz para a vista,
    como fazer o poema ditado
    sem vê-lo na folha inescrita?

    Poema é composição,
    mesmo da coisa vivida,
    um poema é o que se arruma,
    dentro da desarrumada vida.

    Por exemplo, é como um rio,
    por exemplo, um Capibaribe,
    em suas margens domado
    para chegar ao Recife.

    Onde com o Beberibe,
    com o Tejipió, Jaboatão
    para fazer o Atlântico,
    todos se juntam a mão.

    Poema é coisa de ver,
    é coisa sobre um espaço,
    como se vê um Franz Weissman,
    como não se ouve um quadrado.

    (gosto muito)

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  16. Assis,
    O que há, é, e é muito, e há de sempre ser e haver demais, é poder merecer suas visitas a esse jardim de quimeras que só "frutifica" quando cultivado a várias mãos, poetaço de Feira...
    O que é semeado aqui só vale o vinco se tiver o vínculo da presença dos amigos que gastam uns seus preciosos minutos passeando por esses canteirinhos de versos sonhados por mim e por nós, e você, meu irmão, é dos que mais me têm dado mãos e coração para seguir plantando poemas, e sou grato de imenso por isso, e nem sei se mereço tanta atenção e desvelo, mas aceito e preciso sempre...
    Cantar, mesmo sem ser ouvido? Quero, não, e acho que desaprendi...
    Espalhemos nossas vozes aqui e algures, cantemos nossos mortos e vivos, sejamos poetas que isso não faz mal a ninguém...
    Por isso, vamos de mãos dadas...

    Abraço gêmeo,
    Pedro Ramúcio.

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  17. Natália,
    Radiante fico eu com tuas palavras de carinho e querer-bem, moça simpática e sensível in Rio duns 67 mil anos de bem-querer...
    E se tu dizes que o poeta, lá onde repousa sua alma e coração pernambucano, ficou radiante com minhas estrofezinhas tão desajeitadas, eu acredito nele e em ti, e deságuo feliz meus versos áridos; também uma lágrima pode parir um rio...
    Obrigado pela presença, obrigado por me vires visitar vez em quandos...

    Abraço perene,
    Pedro Ramúcio.

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  18. Suellen,
    Sempre que me trazem um poema, próprio ou alheio, aqui ao Canto Geral, penso com meu coração que poetizar seja simplesmente espalhar o pólen, o que você acaba de fazer, presenteando-nos com esse 'derradeiro' poema que me pedem de João, que ignaramente eu ainda não tinha posto meus milpes olhos nele...
    Obrigado pelo presente, a família de amigos que passeia por aqui agradece...
    O multiartista Franz Weissman, que ele cita no poema, foi mestre do escultor mineiro-do-mundo Amilcar de Castro, que eu cito num poema que fiz ao meter minha colher de pau numa troca de farpas em público entre Caetano e Luana Piovani: ela reivindicando ser a musa duma canção dele; ele, meio grosseiramente, negando-lhe qualquer vínculo inspirador em relação à aludida peça musical; qualquer dia posto "Réplica de Picasso" aqui neste pequenino quintal de quimeras...
    Você vem ler?...
    Obrigado por ter vindo hoje...

    Abraço sempre,
    Pedro Ramúcio.

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  19. Justa homenagem ao engenheiro-arquiteto da poesia brasileira.
    João Cabral merece todos os encômios.
    Estupendo, Pedro.
    Abração das dunas de Jenipabu, poeta das Geraes.

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  20. Oi
    Tava estudando um dia desses sobre ele na aula de literatura,terceira geração do modernismo se não me engano.
    Belo poema dele.
    Bjos e tenha uma boa noite

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  21. amigo pedro,
    saudades de te ler! as presenças na ausência são sempre licores finos servidos em mesas vazias... mas, ainda assim, acenos de alma que aquecem. bela homenagem, poema tocante!
    um forte abraço!

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  22. Olá, Pedro! Retribuindo sua visita no meu blog, aqui estou. Gostei muito do espaço. Belíssimo poema. Estou te seguindo! Apareça pra me dar dicas de leituras. Abraços.

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  23. Saudade é inundação.... Tão bonito
    Bj Pedro

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  24. João Cabral tem um lugar todo dele no mundo dos poemas. A homenagem é perfeita, dentro do espírito do poeta, um grande poema.

    Um grande, grande abraço, Pedro.

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  25. Olá!

    Homenagem mais que merecida!
    ainda que vários autores sensacionais tenham abordado a seca e suas agressividade à vida,nenhum o fez como João Cabral de Melo Neto;que expressou o homem do sertão em busca da esperança e do questionamento da vida.

    Obrigada pela visita ao blog.
    Abraços!

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  26. Paulo,
    De encômio em encômio, merecer você aqui vez em quandos já faz valer a pena cada traço que rabisco neste nosso pequeno quintal de quimeras mil, amigo sensível das dunas de Jenipabu...
    E nosso engenheiro-arquiteto maior é objeto iluminado de fácil declaração, apesar da zanga que ele próprio nutria contra a inspiração como elemento principal do fazer poético, ele que media cada verso que engendrava, e sempre achava sua justa medida...
    Obrigado pela visita: aonde dois ou mais estiverem reunidos, a poezia há de se alevantar...
    Por isso, volte sempre, peço...

    Abraço poético,
    Pedro Ramúcio.

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  27. Elen,
    Aula de Literatura? Eu era maluco por, amiguinha do Maranhão...
    Era fascinadíssimo pela beleza dos versos escandidos no quadro negro, pela métrica que eu nunca dominei bem, pelo rítmo marítimo e aéreo dos poemas magistrais que os professores me levavam a navegar, pelas escolas literárias, por tudo isso que cedo me fizera tomar gosto pela escrita, e nunca mais pude deixar de rabiscar minhas quimeras...
    Ò, se bobear vou longe nessas reminiscências estudantis, e nem tudo posso contar aqui (rs)...
    Mas é bão demais contar com você neste momento, volte mais...

    Abraço adolescente,
    Pedro Ramúcio.

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  28. lupuscanissignatus,
    Vem colher sempre aqui, e semear, a arquitectura das palavras...
    Visitemo-nos, pois, em poesia: este pequeno jardim de lembranças precisa muitas mãos a cultivá-lo...
    Obrigado pela visita e volte sempre...

    Abraço grande,
    Pedro Ramúcio.

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  29. Jorge,
    Saudade também, amigo do Minho, de te ler sempre, sorver sempre teus licores finos, palavrinhas imensas que embriagam bem a alma...
    Você vem e eu fico todo prosa, todo poezia: valeu o verso, valeu a postagem...
    É-me sempre tocante merecer uma visita sua, poeta d'além mares...
    Creia-me: o poema vai sempre em sua intenção, oh! Portugal que me arrebata...

    Abraço imenso,
    Pedro Ramúcio.

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  30. Mari,
    Te respondo um bocado com atraso, tempo pouco por aqui, moça sensível e simpática de Vila Velha, cidade que vez por outra visito num átimo ótimo das ondas do mar, átomo que nos renova a fé e a felicidade...
    Adorei teu blogue, já uma referência pra mim...
    Umas dicas? Me atreverei...
    Dentre teus preferidos, estou-me a ler o 'ensaio sobre a cegueira' de Saramago, mago e mecânico de almas...
    Agradeço de imenso sua passagem por aqui, volte sempre que quiser: a casa é toda sua, viu...

    Abraço longeperto do mar,
    Pedro Ramúcio.

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  31. Mag,
    Bonito a valer é cada vez que recebo uma ternura tua, sabes...
    Nem sei se mereço, mas aceito...
    obrigadíssimo, muito...

    Saudade de te ver sempre aqui,
    Pedro Ramúcio.

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  32. Dade,
    Grandes são os desertos, dissera Pessoa...
    Façamo-nos mais pertos, então...
    Decerto os desertos desbotarão, desbrotarão...
    João Cabral? Um oásis pra mim, ele que me fora um ser-tão que virou mar: deu no coração...
    Por isso, essa mínima homenagem...
    Que bom que você gostou destas minhas águas de abril, de outubro...

    Abraço nada árido,
    Pedro Ramúcio.

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  33. Rívia,
    Não tens o que me agradecer, moça sensível e simpática do Sudeste...
    Eu sim, agradeço de imenso cada palavrinha conhecedora acerca do poeta que depositaste aqui: convirjo contigo, destarte um Suassuna, um Graciliano, um Bandeira, um Rosa... ai, as comparações que matam...
    Lembrei isto do Pessoa, by Álvaro de Campos:
    "Como sou rei absoluto na minha simpatia, basta que ela exista pra que tenha razão de ser..."...
    Ò, teu 'divergências' é das casas mais lindas que tenho batido à porta, e tenho entrado, sendo recebido tão bem...
    Lá estarei-me sempre, venhas também sempre que tiveres vontade...

    Abraço de mim do Leste de Minas,
    Pedro Ramúcio.

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  34. da Rama, meu caro amigo!

    Corrigimos nossa falha e agora você e sua musa-esposa (rs) já constam nos registros fotográficos do nosso primeiro encontro!
    Te esperamos para os próximos!

    Forte abraço meu amigo!
    FT

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  35. Já conhecia alguma coisa desse grande poeta.

    Fiquei a conhecer mais um pouquinho.

    Obrigado

    Forte abraço

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  36. Fouad,
    Uai, meu camarada, é honraria grande demais pra nóis, sô...
    Ò, se tiver convite pro próximo, iremos com todo prazer. Já tô desde já ensaiando pra declamar também, pra fazer bonito igual vocês fizeram, além da cantoria que foi boa por demais, só craques...
    Vou confessar só pra vosmecê: eu tava um tiquinho tímido diante de tantas feras feríssimas, poeta. Se eu for chamado outra vez, direi presente e estarei mais presente. Vacilei e viajei no mesmo dia pra BH, um fio de cansaço e preguiça me pegou (vou me concentrar 48 horas antes para a próxima Tertúlia, se me derem a honra, claro...); também não é fácil prum pobre mortal dar de cara com Renato Braz cantando e tocando violão, sem precisar de ter pago ingresso...
    Desculpas à parte, sou só agradecimento a todos por tudo...
    Apareça sempre, amigo...

    Abraço valadarense,
    Darrama.

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  37. Vieira,
    Cabral é poeta ímpar em seu difícil ofício poético, ele que saía de seus poemas como quem lavava as mãos, segundo ele próprio escreveu num de seus poemas mais psicológicos, oh! jovens manhãs...
    Fico feliz em merecer-te mais uma vez nesse pequeno jardim de lembranças e homenagens, poeta...
    Estive passeando teus canteiros poéticos também, e lá estarei-me sempre, verás...

    Abraço poético,
    Pedro Ramúcio.

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  38. Lívia,
    O consolo está na poezia ímpar que ele deixou gravada na terra e no vento, na água e no fogo, amiguinha da terra dos zapatos...
    Obrigado pela visita, venha mais...

    Abraço gravado,
    Pedro Ramúcio.

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  39. Olá Pedro,

    Sensível e bela homenagem ao brilhante Joáo Cabral!

    Sua visita é sempre um motivo de alegria para mim, sinto-me honrada!

    Grande e fraterno abraço!

    Ξ ѕ t є я ツ

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  40. Olá Pedro, vim agradecer a visita e o comentário ao blog Viva la Vida, volte sempre!

    Tb estou aq: http://meuprojetopiloto.blogspot.com

    Abraços!

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  41. Bem lembrado. E a propósito, esses dias estava lendo "catar feijão" - uma aula de poesia. E sua poesia é incomum, Pedro.

    bela homenagem!

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  42. Eu acredito que os que escrevem nunca vão, estão , ficam, permanecem...palavras têm sim esse o poder, da perpetualidade. O poeta está vivo em cada olhar que o lê eem cada coração que o sente...ele é mortal sim, mas carrega em si um conjunto de imortalidades.

    Teu poema tão bonito,cheio de dicotomias... curioso , eu sempre coloquei saudade como sede, aqui vc coloca como inundação. E saudade sempre existe, é quem traz o outro e as coisas pra perto.

    Deixo-te meu beijo e te parabenizo pelo poema e homenagem.

    Erikah

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  43. Ester,
    Visitemo-nos em poezia, pois, moça sensível in Sampa, as verdadeiras asas estão com as palavras, nas palavras, nos lábios e nos olhos de quem sonha...
    A honra é toda minha quando mereço uma visita sua cheia de carinho e alegrias...
    Homenagear é minha forma de dizer que amo, Cabral uma paixão ancestral em mim...
    Visitemo-nos em poezia sempre...

    Abraço presente,
    Pedro Ramúcio.

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  44. Andréa,
    Eu que agradeço por teus blogues, que são espaços lindos pra gente passear, moça sensível de Campina Grande, grande campina da Paraíba de Augusto dos Anjos e Geraldo Vandré, artistas da palavra e do canto geral que eu amo desvairadamente...
    Fiquei muito feliz com tua visita, feito fiquei quando te achei pela blogosfera, em jardins tão bem cuidados...
    E viva Frida Kahlo, pra quem um dia ainda espalharei um punhado de versos aqui no Canto Geral, que sonho venhas colher...

    Abraço pintado em azul,
    Pedro Ramúcio.

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  45. Mai,
    Sempre que leio escrevo: a leitura tem em mim esse efeito. Com efeito, quase sempre cato palavras depois, meu faijãozinho de cada dia...
    A propósito do teu propósito, lembrei-me dum poeminha antigo, de minhas primeiríssimas leituras:

    LIDA CALADA

    Sempre que leio: escrevo.
    Do que li, escrevo o que não li:
    O que lesse, lido em mim.

    Há pouco lia Fernando Antônio
    Nogueira - Seabra - Pessoa.

    (Pedro Ramúcio)

    *

    Grato pela homenagem (assim é que sinto) de me visitares, e nem sei se mereço mas aceito, preciso e quero sempre...

    Abraço escrito,
    Pedro Ramúcio.

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  46. ErikaH,
    Pelos campos da saudade irrigados pelo tempo, vento nem sempre apressado: esquecer, quem há de? Matei a sede de te ver aqui, e fico feliz de imenso por merecer-te outra vez no Canto Geral que já sentia tua falta, moça sensível da Bahia de todos os santos e encantos...
    Esse pequenino jardim de lembranças e homenagens, que não posso nunca cultivar sozinho, necessita tuas e todas as mãos que caminham por cada canteirinho de saudade semeada aqui...
    Por isso sonho que venhas sempre, decerto te seguirão...

    Abraço semeado,
    Pedro Ramúcio.

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  47. Grato por descobrir o seu espaço. Vou segui-lo com todo o gosto.

    Abraço

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  48. AC,
    Sê sempre bem-vindo, amigo de terras portuguesas...
    Sigamo-nos em poezia sempre, pois. A ti já persigo desde aqui...
    E é honraria maior merecer-te neste humilde jardim de lembranças...

    Abraço imenso,
    Pedro Ramúcio.

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  49. Vanessa,
    Mas é sempre um momento doce quando cê vem aqui, moça sensível in Rio que ama o escuro das lentes que lhe caem sempre tão bem: perfeito contraste entre entre luz e mistério, mister seu ofício de desvendar segredos da alma e investigar artifícios de fuga...
    Sempre que quiser, fuja pra cá: haverá sempre uma singela homenagem neste pequeno quintal de quimeras pra você se distrair ou mesmo discordar de quanto se canta aqui, posto que homenagear, por vezes, é uma faca só lâmina, e uma vez mais, oh! vício, tento homenagear o poeta...
    Grato pela visita sempre, sim...

    Abraço viciado de sevícias suaves,
    Pedro Ramúcio.

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  50. "...a saudade é inundação..." sempre é! E que saudade de poder esperar um novo livro de João... "apesar de não sem", ele faz muita falta.
    Meu caro, seu blog é daqueles que dão prazer de vir e comentar.
    Vá conhecer o meu e saborear uma mousse de chocolate comigo.
    Beijokas.
    Seguindo...

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  51. Lua Nova,
    Convite feito, convite aceito: lá estarei-me com certeza, moça sensível e simpática in Sampa...
    Obrigado de imenso pela visita plena de loas a este pequenino quintal de quimeras...
    Também sinto saudade de João, amiguinha, e de sua próxima passagem por aqui: seja sempre bem-vinda, esteja em casa...

    Abraço inundado,
    Pedro Ramúcio.

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  52. Bravo. Maravilhoso, Divino. Eu adoro João cabral
    Excelente o seu espaço.
    Quando puder, conheça os meus outros espaços, A COLECIONADORA DE SILÊNCIOS, em http://www.colecionadoradesilencio.blogspot.com
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER...
    MEU CADERNO DE POESIAS

    Beijo grande.
    Saudações Educacionais !

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  53. uma linda homenagem. João Cabral é um de meus escritores favoritos.

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  54. Querido Pedro Ramúcio,

    Embora eu não me chame Mônica, saiba que será uma honra fazer uma Lígia participar de uma obra tão talentosa, cheia de beleza, poesia, doçura, inteligência, sensualidade e sensibilidade... Ainda mais escrevendo o prefácio!

    Um beijo Av3sso daqui do friozinho de Curitiba...
    Lígia

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  55. Silvana,
    Gentileza gera gentileza: você veio tão amável, lá eu fui também, amável tentando à altura de tanto acolhimento e aconchego...
    Já estou no lucro, moça sensível e simpática in Rio, seu espaços são verdadeiros oásis poéticos...
    Do pouquinho que dei ao tentar homenagear João Cabral, ah! tenho ganhado tanto...
    E um galo sozinho não tece manhãs, venha sempre que puder...

    Abraço valadarense,
    Pedro Ramúcio.

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  56. Lígia,
    Agradeço de imenso suas palavras tão cheias de carinho e ternuras...
    Uai, já que você aceitou (pensou bem?), pra minha grande honra, escrever o prefácio: qual o próximo passo?
    Bem, aos poucos vou-lhe mandando os textos que compõem o corpo inteiro do livro, e aos poucos, no seu rítmo, sem pressa alguma, vamos traçando o resto das questões pertinentes. São em torno de 70 poeminhas escritos em torno de musas que nem se sabiam musas, algumas, e que se fizeram musas, outras, além da "mulher que já é minha eterna namorada", esse o derradeiro verso do poema que sintetiza a busca de todos, se houve busca, embora o grande encontro se tenha dado...
    E seu prefácio a coroar-me de ser o autor "o que menos houve ali", assino embaixo...
    Sem palavras para lhe agradecer, sou desde já todo puro agradecimento, moça sensível no friozinho de Curitiba...

    Abraço de mim de Minas,
    Pedro Ramúcio.

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  57. ... triste quando alguém amigo se vai. e ficamos a deriva de breves recordações, seus poemas tão inspiradores que nos fazem revivê-los de novo... Meu lema: " Os poetas não morrem adormecem para viver seus sonhos"

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  58. Excelente blog caro Pedro. Sinto cheiro de conspiração. Ai vem uns compatriotas falar comigo de eguinha pocotó, créu e outras verborréias.
    Obrigado pela visita a nossa humilde mesa de Café e Conspiração. Estarei por aki.

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  59. da rama, celso adolfo me deu de presente Sevilha Andando e, nunca mais saí de lá. cê acredita?
    rapaz, to em dívida com você, por não ter escrito desde o nosso encontro em bh. foi uma noite especial, sim. daquelas de pendurar na parede.
    e, espero, tenha lhe caído no paladar. que tenha gostado...
    o renato está mixando o (próximo) disco novo em nova york e devereamos passar o halloween juntos. sei que bh entrará na pauta. e sei, também, que ele voltou encantado pra sampa.

    encantamentos ainda existem.
    cê crê nisto?
    beijão,
    r.

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  60. Michelle,
    Sejamos poetas, então, uai...
    Eu tenho estudado pra isso, nunca tirei um dez, oxalá não o tire nunca: seria o fim do começo, que é sempre o pior fim...
    Por fim, agradeço de imenso pela visita. Afinal, o que seria do blogue sem as mãos acolhedoras que aqui vêm?

    Abraço de iniciante,
    Pedro Ramúcio.

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  61. Tiradentes,
    Rapaz, é honraria maior receber você neste pequeno quintal de quimeras. Venha sempre que tiver vontade, a casa é toda sua...
    Dizem que os poetas são bons conspiradores, eu assino essa fatura em branco. Quiçá um dia serei poeta à altura dos grandes e bravos homens que tomaram essa causa como mote maior...
    Porquanto ando às turras com nossa podre política. Mas em tempo de campanha presidencial, o máximo que pude foi estampar na traseira do carro um adesivo com a frase do velho Eça de Queiroz, que diz assim: "os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão." Fez até razoável sucesso...
    Gostei demais do Café e Conspiração, estarei-me sempre visitando...

    Abraço daqui de Valadares,
    Pedro Ramúcio.

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  62. Delima,
    Claro que acredito, Lisboa me pegou assim: ah, os cimos do outeiro de Caeiro!...
    Como eu poderia não gostar de tudo que foi a tertúlia, se não consigo esquecer (ainda tô de ressaca, cê acredita? eu que quase nem pude beber, cirurgia recente ainda, pra me sortá mais um tiquinho...)?
    Esse halloween vai ser um conto de fadas, sô! Só gente boa, uai...
    Ò, se eu era fã do Renato, fiquei mais. E quando BH entrar no papo, estica pro Valadão: falem mal, mas falem de mim...
    Sua dívida tá paga, poeta. E, eu, quanto que não te devo?

    Abraço encantado,
    Da rama.

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  63. Delima,
    Um ps: hoje o blogue do Herculano Neto (POR QUE VOCÊ FAZ POEMA?) tá ao seu gosto. Vá lá procê ver, rapaz!

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