
Dos primeiros dias de recuperação, os mais 'inspira-dores', ofereço-lhes estes versos trazidos ao lume num dos momentos de grande gozo em que eu pude, literalmente, ver, ouvir e tocar estrelas na íntima Via Láctea que se tornou o banheiro por ocasião das minhas mais profundas meditações, se é que me entendem (rs)...
A dor é um orgasmo que não suportamos,
Espasmo da alma obtendo abster-se do corpo.
O prazer é um grito de quem está morto.
Morte? A melhor moradia que habitamos!
Alegria, alguma ilha ao Sul donde estamos.
Loucura seria achar a bússola e o barco
E volver a travessia fatal de um parto...
Porto seguro é a nuvem de que despencamos.
Pecado é o fruto maduro que não ofertamos!
Epicuro vertendo suas vestes aos céus,
Felicidade é a cidade dos tabaréus!
Aos sábios lhes baste a arte de serem bons!
Aos tolos lhes dêem outra tábua de dons!
Enquanto isso reinamos, remamos, teimamos...
(Dedicado a Frida Kahlo, quadros e esquadros em que me banho:
lagos lá em Nina Rizzi ou Adriana Calcanhoto)
(Pedro Ramúcio)