Há alguns anos, ouvi pelo rádio, quando as Rádios brasileiras ainda tocavam os autênticos músicos brasileiros, a canção "Hello, Goodbye", dos Beatles, na voz do mineiro Milton Nascimento. E, paradoxalmente, aquela interpretação do Milton para uma canção estrangeira suscitou, em mim, imenso sentimento de brasilidade - sem falso ufanismo -, por saber que um artista nacional era capaz de impor sua marca única e pessoal ao registrar, de forma emocionada e comovedora, um grande sucesso mundial numa língua que não é a de seu povo, porém, ali tão bem representado em arte e engenho. Desde então, eu fiquei imaginando qual seria a reação do Paul McCartney quando ouvisse todo o talento do nosso Bituca (sem falso ufanismo ou xenofobia de qualquer espécie), mas fiquei delirando poder ver a cara do Paul ao ouvir sua obra ganhando tal manobra vocal.
Eu só queria ver a cara do Paul McCartney quando ouvisse
Cantando “Hello, Goodbye” o Milton Nascimento
Eu só queria, de repente, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “San Vicente”
Eu só queria, sábio sabiá, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “O Que será”
Eu só queria ver a cara do Paul McCartney quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Travessia”
Eu só queria, por um triz, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Beatriz”
Eu só queria, tão natural, ver a cara dele quando ouvisse
O Bituca cantando “Brasil, Nome de Vegetal”
Eu só queria ver a cara do Paul McCartney quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Maria, Maria”
Eu só queria, por mil razões, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Certas Canções”
Eu só queria, para emoldurar, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Conversando no Bar”
Eu só queria ver a cara do Paul McCartney quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Balé da Utopia”
Eu só queria, quem lhe dera, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “O Cio da Terra”
Eu só queria, morena menina, ver a cara dele quando ouvisse
Mister Milton Nascimento cantando “Clube da Esquina”
Eu só queria ver a cara do ex-beato Paul quando ouvisse
Cantando “Para Lennon e McCartney” Sir Milton Nascimento
(Pedro Ramúcio)
Não sei a cara do Paul, mas a minha cara quando ouço "Beatriz" com o Mister Milton Nascimento é de puro contentamento!
ResponderExcluirBeijo!
Laríssima,
ResponderExcluirA minha também, poeta, como quando leio você aqui e lá no "Teatro da Vida".
Abraço de contentamento,
Pedro Ramúcio.
Pedro,
ResponderExcluirobrigado por ter ido ver meus poeminhas. Fiquei muito feliz que o tenha feito através do Assis e do Roberto, que escrevem coisas deslumbrantes. Volte quando quiser!
Aqui encontro o melhor da defesa da mineiridade. Travessia do Milton, como uma continuidade inefável, do derradeiro vocábulo de Grande Sertão: Veredas, sempre me deu orgulho de ser mineiro, como se essa música me fosse tipo um distintivo que eu apresentasse aos outros para atestar que eu não sou um qualquer.
Assim como me dá orgulho de ser PM como Guimarães Rosa foi um dia - ainda que por breve período.
Um forte abraço! Tenho aqui um novo atalho.
Milton tem a voz do mundo das Minas Geraes. Até hoje lembro a primeira vez que eu ouvi Travessia, foi como se inaugurasse uma nova ordem nos meus sonhos. Maravilha. Abraço do amigo.
ResponderExcluirPedro
ResponderExcluirPra te conhecer, passei pela página do grande poeta Assis. E que é que encontro aqui? Meu Deus, outro oásis... Vontade de ir ficando, ficando...
Parabéns!!!
Um abraço
uma fertil imaginação, tambem eu gostaria de ver a cara do paul neste momento.
ResponderExcluirNanini,
ResponderExcluirMilton e Rosa, que dupla hein! É mesmo pra encher, até não caber mais, de orgulho nós outros mineiros: distintamente representados perante o mundo.
E ter ido conhecer seus poemas, rapaz, é daqueles presentes que a gente nem merece quando ganha, mas agarra e não larga mais. Estarei sempre lá então, poeta. Indagando seus versos com um sorriso bobo, inda que embasbacado com o engenho alheio. Mas, como ensinou o Drummond, outro mineiro da minha pqna plêiade, mirando os quintanares do gaúcho - gauche! - Mário: "Em literatura, a inveja é o sentimento mais nobre que existe."
E viva Roberto Lima e Assis Freitas! E viva você!
Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.
Assis,
ResponderExcluirMister Milton Nascimento Transversal do Tempo: pra roubar o título de um trabalho da Elis, que foi madrinha - dentre tantos - do Bituca. Ou essa travessia que não se atravessa nunca, vide o dueto dele com "La Negra" Mercedes Sosa em "Volver a Los 17".
Milton, menestrel das Minas Gerais.
Milton...
Milton...
Milton, que um dia do alto da minha (i)modéstia eu ousei comparar com um verso meu:
"Nem precisava compor
A canção já estava pronta
Muito além do tom
Que Milton Nascimento
Tornara impossível outra voz revisitar"
*
Com um abraço atravessado pra te dar,
Pedro Ramúcio.
Zélia,
ResponderExcluirEntão se achegue mais, se aconchegue como os demais: sem os quais aqui seria de menos pra mim.
Pra nós é que cultivo esse jardim, que não daria flor se não recebesse o sol dum sorriso feito o teu acima aqui agora.
Todo sorridente,
Pedro Ramúcio.
Sândrio,
ResponderExcluirQuem lhe dera (ao Paul) o silêncio desse cio ou o cio desse silêncio, amigo!
Ah, as oitavas acima do Milton!
E receber você aqui é pura Travessia, poeta!
Abraço de Minas,
Pedro Ramúcio.
:-)!!!
ResponderExcluirHihihihi, de todos os Beatles, o que eu menos simpatizo é o Paul!!
Gostei!
Beijos
Laura
Laura,
ResponderExcluirÉ! Azar do Paul! E sorte minha merecer-te sempre aqui, a reflorir esse pequenino jardim com toda tua simpatia.
Abraço de Minas,
Pedro Ramúcio.
A minha cara e de prazer... quando ouço Milton... e quando venho aqui ler-te
ResponderExcluirBeijo
Mag,
ResponderExcluirMerecer-te aqui no Canto Geral me é honraria maior, prazer meu. Como quando vou-me ao teu Primeiramente...
E saber-te apreciadora do canto do Milton, é mais um ponto que nos une em arte, dentre tantos outros pontos...
Abraço de Minas,
Pedro Ramúcio.
Delícia de post, adorei!
ResponderExcluirBeijos
Denise
Devias era ver a minha cara sempre que, quando páro por aqui, te leio, Pedro Amigo!
ResponderExcluirUm grande abraço em português (sem vaidade linguística, obviamente).
Denise,
ResponderExcluirTambém tenho cá os meus delírios, amiguinha.
Maravilha das maravilhas saber-te aqui, e lá n"O Delírio da Bruxa"...
Abraço em delírio,
Pedro Ramúcio.
Seu Jorge,
ResponderExcluirTiras-me cada coelho da cartola e me deixas todo embasbacado com a magia da tua amizade ofertada a mim, assim, com palavras (e gestos: sim, sinto-os) de pura estima, poeta...
E, também, tu devias vir para ver os meus olhos risonhos quando paro tudo aqui para ler-te, amigo...
Grande abraço português (sem vaidade linguística, claro: nossa pátria é nossa língua),
Pedro Ramúcio.
Passando pra desejar bom dia á Pedrim, comedor de pão de queijo e apreciador das boas coisas da vida, que sá, Milton Nascimento, o poeta maior!
ResponderExcluirAmplexos da Márcia Mineira Paulista que hoje está Cearense como bem o diz Pedro Ramúcio, o tal "Pedrim!" :-)
Ps: KD a musa esposa que ainda não acessou meu blog?
Quero tricotar com ela, assim como bem faço contigo amigo ilustre...
Saudades sempre destes grandes interpretes.
ResponderExcluirObigada pela visita amigo.`´E sempre bom ter voce aki. Forte abraço!!
Márcia,
ResponderExcluirAgora que você está cearense (que vontade também, amiguinha!), do meu lado dá uma saudade danada das pequenas grandes vezes que fiquei bahiano, e a alma pede mais do mesmo sempre (é que lá sou amigo do rei...)...
Pão de queijo e Milton Nascimento! Uai, precisa mais? Mais de você sempre aqui, claro...
A musa-esposa! Acontece que ela consegue ser mais tímida que eu, ainda que missão quase impossível 1000 (rsrs)...
Amplexos gêmeos,
Pedrim e Musa.
M@ria,
ResponderExcluirTão bom merecer-te aki que tomara se repita infinita e eternamente...
Estou-me sempre a visitar-te também, amiga...
Abraço poético,
Pedro Ramúcio.
Querido Amigo Pedro!
ResponderExcluirDe coincidência em coincidência vamos aproximando pessoas que nos ajudam a ser maiores. Tu, por exemplo. Sinto o maior privilégio na tua amizade, como sei, também, que a amiga Márcia o sente.
Estendo-te os braços bem acima do Atlântico (até porque os oceanos fizeram-se para unir, jamais separar - Pessoa).
Jorge,
ResponderExcluirTambém eu sinto o maior privilégio na tua amizade e na amizade da 'cearense' Márcia. Dois tesouros que garimpei (dentre outras tantas joias preciosíssimas: tô cada dia mais rico, amigo) pela blogosfera...
E por dizer de Fernando Pessoa (que ressoa uma religião tão boa em mim), eu não poderia - heterônimo órfão - deixar de o trazer aqui ao Canto Geral no poema da sua Mensagem - único livro dele publicado em vida -, que você alevantou os versos ao estender-me seus braços bem acima do nosso Atlântico.
Por isso:
O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te portuguez..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(Fernando Pessoa)
*
Pêésse n°1: faltava cumprir-se nossa amizade: não falta mais;
Pêésse nº2: esse poema do Pessoa foi musicado e está magistralmente interpretado pela Elba Ramalho, num encontro perfeito de voz e canção. Creio que nosso poeta Roberto Lima tenha a gravação.
Abraço poético,
Pedro Ramúcio.
Pedro,
ResponderExcluirAdmirar sua poesia é tão fácil, mas tão fácil, que quase não me surpreendo com a harmonia das palavras e especialmente com sua criatividade. Estou de certa forma ausente em face de um acúmulo temporário de trabalho, mas nada que o amanhã não desponte em retomada.
Quero lhe desejar um lindo domingo junto dos seus e para tanto deixo meu abraço paulista, plagiando um moço querido...
Meu carinho sempre,
Laurinha,
ResponderExcluirEu costumo 'brincar' que trabalhar é bão mas cansa! E se pudesse - e meu dinheiro desse -, trocaria aquele ditado por: ócios do ofício...
Oficialmente ainda não posso (não podemos, eu sei), mas nas horas vagas das Horas vagas das HORAS vagas, vamos nos visitando em poesia que o dia fica mais leve, né!
Ótimo domingo a si e aos seus também, Doutora!
Abraço de mim de Minas,
Pedro Ramúcio.
eu queria que o paul visse a minha cara ouvindo o milton, isso sim!
ResponderExcluirbesos
Líria dos versos mais lindos,
ResponderExcluirEu queria que tu ouvisses minha alma quando te leio! Damos piruetas pelo Universo com direito a dispensa dos dublês, mas renascemos sempre no teu próximo poema: imortais e mortais, como convém ao sopro e ao barro...
És, deverasmente, das riquezas maiores que garimpei pela blogosfera afora, por meu peito adentro, ò santa pueta!
E por dizer de Milton Nascimento: quero tua "Pontaria" para meu próximo post. Posso?
Abraço valadarense,
Ramúcio.
menino pedro
ResponderExcluirdiante das tuas palavras eu não sei o que dizer - só sei que fico alegre. enviei para teu e-mail o "pontaria" - a voz do milton também me comove!
besos
Líria-líria,
ResponderExcluirMilton e suas oitavas acima! Como não nos comover?
Como não volver a los 17?
Vou lá receber teu "Pontaria"...
Fã do seu afã,
Pedro Ramúcio.
Ouvir a música do Milton, Catavento, em que cantarola somente, é algo que o Paul deveria ouvir, simplesmente genial. Grande abraço.
ResponderExcluirCampanella,
ResponderExcluirAí o Paul (des)viraria 'beato' de vez. O canto do Milton é de se canonizar mesmo...
Abraço de min(as),
Pedro Ramúcio.
Sabe o que é?
ResponderExcluirO Paul não sabe do lixo ocidental.
;)
Ludmila,
ResponderExcluirNem como é bom merecer teu sorriso aqui nesse pequeno jardim de homenagens. Nesse momento, o homenageado sou eu...
Abraço desse fã do Bituca,
Pedro Ramúcio.
Pedro,
ResponderExcluirda navegada que dei pelo teu blog, com tanto para comentar, estacionei entre Milton McCartney e Paul Nascimento, quer dizer...
Nem precisa ser mineiro prá entender da dimensão de Milton, que transcende todas as fronteiras, mas tem que ter o privilégio de ouvir.
Fico imaginando o Paul com Milton na caixa. Poderá ficar com cara de ainda mais espanto do que já tem?
Abraço, Edu