
Todos têm sua plêiade de poetas. Eis (parte d)a minha:


Com a palavra, Guimarães Rosa.
Com o pensamento, Nelson Rodrigues.
Com o sentimento, Drummond.
Com a ficção, Fernando Pessoa.
Comigo a poesia ficou rouca...
(Pedro Ramúcio)
Pequeno quintal de quimeras, apenas um jardim de lembranças e homenagens, que só sabe ser cultivado a várias mãos. Sê sempre benvindo a essa Pasárgada perdida, a essa Terra do Benvirá.
A primeira vez que ouvi falar de Romário foi pelo rádio, mas já tive aquela sensação de se tratar de um gênio do futebol. E o tempo só fez corroborar aquele meu tênue palpite. Romário tornou-se o rei da grande área e, por onde desfilou com sua arte, colecionou admiradores efusivos e apaixonados, e alguns desafetos extra-campo, porque dentro das quatro linhas ele resolvia as paradas mais tortas a sangue frio, sua grande virtude de goleador.


Dizem alguns 'especialistas em arte' que o atual Grande Poeta brasileiro seria Ferreira Gullar. Ele próprio desconcorda de quem concorda com isso. Drummond recusava veementemente o termo, embora o merecesse segundo quase unanimidade. Fernando Pessoa escandalizou Portugal, quando surgiu já proclamando-se um supra-Camões. Eu, antimineiramente, resolvi entrar na discussão:O maior poeta brasileiro vivo, sou eu.
Pasmem, não é Ferreira Gullar.
Os meus poemas são mais sujos que os dele,
A minha poesia (ao computador) exprime
Mais vanguarda que os galos de outrora dele.
Minhas rimas que não rimam com nada
Inventam melhor não haver uma estrada
Onde passem versos em vez de bois
A caminho de matadouros, ou de meu estômago
Vazio...
O maior poeta brasileiro vivo, não sou eu.
Grasnem, deve ser mesmo Ferreira Gullar.
Os meus poemas são menos límpidos que os dele,
A minha poesia (ao computador) exprime
Menos vanguarda que os galos já antigos dele.
Minhas rimas primas convertem menos lágrimas
Dos olhos de minha amada do que as dele,
Dos olhos da amada dele...
O maior poeta brasileiro vivo, é Ledo Ivo.
(Pedro Ramúcio)




















A primeira vez que me deparei com a poesia de Florbela Espanca foi num disco do compositor e inventor Raimundo Fagner: um soneto chamado "Fanatismo", magistralmente musicado e interpretado por ele. Depois outro soneto: "Impossível", num disco de Ana Belen, composição e participação especialíssima dele, Fagner. Aí, fui atrás dos livros da singular poeta portuguesa Flor d'Alma da Conceição Espanca e, literalmente, tomei uma "surra" de sua poesia densa e melancólica, mas bela e prazeirosa de se ler, reler, ouvir e jamais esquecer.