Quem escreve sempre recebe uma encomenda aqui, outra acolá: olerê, olará. Há tempos me foi pedida uma letra de canção,
dois anos mais ou menos. Ensaiei daqui, rabisquei de lá, e nada digno de nota, de notas. Por fim, saíram logo duas letrinhas: AQUELA LETRA e esta aqui, riscada logo após a primeira que emperrara por algum tempo:
Até amanhã eu te disse e já hoje
Este bendito dito dia
Em que eu te faria uma letra de canção
Com todo esmero e o requinte
De milionárias rimas ricas
Líricas à la Baleiro
Líricas à la Baleiro
E já que hoje é o amanhã de ontem
E será o ontem de amanhã
Pago minha dívida com outra promessa
Pois o mesmo sol que cessa à noite
Faz-se eclipse em meu refrão
De uns tempos pra cá
Não tenho sido lá um Chico César
Não tenho sido lá um Chico César
(Pedro Ramúcio)