quarta-feira, 29 de junho de 2011

NA DOR LIDA DE UM FINGIDOR

13 último, Fernando Pessoa fez 123. Da adolescência, terrrrrrrrrremoto tempo em que comecei a ler o imenso poeta português (que escrevia de pé/e era outro a cada vez), relembro este poeminha guardado na 'parede da memória':

Sempre que leio, escrevo.
Do que li, escrevo o que não li:
O que lesse, lido em mim.
Há pouco lia Fernando Pessoa.

(Dedicado a todos que um dia tiveram
"lágrima nos olhos de ler o Pessoa")

(Pedro Ramúcio)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

MÃOS DE MANASSÉS

Adelson Viana e Manassés

Quando Raimundo Fagner era um dos maiores intérpretes da MPB e tinha uma das melhores bandas do Brasil, o cearense Manassés fazia parte desse time e era, sendo-o ainda, um dos maiores craques com um instrumento nas mãos, as cordas partindo diretamente do coração, alado coração de inspirado instrumentista e compositor. Para o grande Manassés de Sousa semeio aqui uns pares de versos (fossem ímpares!) como agradecimento por tanta coisa bela que dele, de lá de Paris, daqui de Fortaleza, para além de Brasília, já pude ouvir.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra moer músicas com meus pés.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra coser líricas com meus pés.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra colher pássaros com meus pés.

Nômade, uma palavra de amor.
Uma palavra de amor, nômade.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra verter mágicas com meus pés.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra tecer sílabas com meus pés.

Eu queria ter mãos de Manassés
Pra deter exércitos com meus pés.

Nômade, uma palavra de amor.
Uma palavra de amor, nômade.

(Dedicado a Roberto Lima, poeta que pinta crônicas
com as tintas de Renoir e Rubem Braga;
Dedicado a Márcia Cristina Lio Magalhães, mineirinha
que virou paulista e está cearense, do blogue "Poetar é Preciso")

(Pedro Ramúcio)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

QUALQUER VALIOSA COISA

O que fazer
Quando quero fazer
E não sei o que fazer?
__ Fazer uma canção!

O que dizer
Quando quero dizer
E não sei o que dizer?
__ Dizer um poema!

Breve, leve.
Leve, longo.

E que lembre, de janeiro
A janeiro, a sangue e fogo,
Desesperadamente,
Qualquer valiosa coisa
Do poeta Pablo Neruda.

(Pedro Ramúcio)