quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ATIRE A PRIMEIRA PÉTALA

Ronaldo Fenômeno (ainda sou fã de Reinaldo tanto quanto ou mais) anunciou, no início da semana, oficialmente, o encerramento da carreira profissional, isto é, dependurou as chuteiras de ouro. Zico, outro ícone incontestável do futebol, disse que gostaria de ter jogado com ele, pois o deixaria na cara do gol toda hora, e isso seria uma espécie de multiplicação dos gols. Eu, de minha parte, desejava escrever alguma coisa em homenagem ao maior artilheiro das Copas, mas, no momento, o máximo que consegui foi trazer um poeminha lá do fundo deste pequeno quintal de quimeras, em que cito o menino de Bento Ribeiro que brilhou pelo mundo.

Se o físico Renato Braz sofre de amor
Se o músico Roberto Lima sofre de amor
Se o cantor de ópera, o operário
Pedro Ramúcio sofre fingindo de amor
Se o matemático Wagner Tiso sofre de amor
Se o empresário de moda Renato Russo sofria
De amor

Se o arquiteto Paulinho da Viola sofre de amor
Se o escritor Luís Inácio Lula da Silva sofre de amor
Se o autor de novelas Ronaldo Nazário sofre de amor
Se o economista Arrigo Barnabé sofre de amor
Se o astronauta Sivuca sofria de amor

Se o pastor luterano Roberto Mendes sofre de amor
Se o ecumênico budista Pelé sofre de amor
Se o pintor Marco Van Basten sofre de amor
Se o médico Carlos Drummond de Andrade sofria
De amor

Se o tenista Raimundo Fagner sofre de amor
Se o político (ops!) Gilberto Gil sofre de amor
Se o dançarino Faustão sofre muito de amor

Se o contador de anedotas Geraldo Vandré sofre
Calado de amor

Tudo está no seu lugar, graças a Deus

(Pedro Ramúcio)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ANTE O CANTO ANCESTRAL DE FERNANDO BRANT


Amigos, tenho postado pouco. Mas para quebrar o (des)encanto, esta singela homenagem a um dos maiores poetas da canção brasileira:

Ante o canto de Fernando Brant
Eu me encanto bem muito antes
De a primeira sílaba se dar
De o segundo acorde ressoar
Seu canto é ancestral
Ao que a gente se mente
Tão diferente, tão de frente
Pressente nossa vã travessia
Um querer que não nos cabia
Contentamento descontente

Ante o canto de Fernando Brant
Eu me espanto bem muito antes
De a segunda vírgula se dar
De o primeiro verso ressoar
Seu canto é sensual
Alma animal da gente
Tão de frente, tão diferente
Encontra paz na despedida
Um sabor de morte e vida
Severina sorte, San Vicente

(Dedicado a Tadeu Franco, passarim de Itaobim)

(Ramúcio Pêdro)